A revolução do RH Data Driven: Como a inteligência artificial está transformando a gestão de talentos na A&M
Colunista Mundo RH, Lilian Giorgi, sócia diretora de RH na A&M
A gestão de negócios orientada por dados não é bem uma novidade, usamos data driven na área de recursos humanos há anos. Mas, agora, essa técnica amplifica sua funcionalidade e relevância nas empresas que trabalham em constante movimento e também em grande escala, com o acesso à inteligência artificial. A utilização desse recurso está se espalhando rápido e com força em áreas como segurança cibernética, marketing e operações de TI, mas ainda timidamente em RH.
A partir de pesquisas, benchmarks e cruzamento das mais diversas informações, a operacionalização do setor de RH está tomando rumos mais objetivos e certeiros que beneficiam, diretamente, os colaboradores da empresa, o clima organizacional e também financeiramente.
Utilizando o ChatGPT, por exemplo, é possível cruzar estudos distintos visando um denominador comum que atenda aos objetivos da companhia, como o fechamento de um plano estratégico utilizando pesquisas internas e benchmark, temas para treinamentos de acordo com necessidades apontadas pelo time ou pelo mercado. Isto porque a ferramenta pode encontrar padrões importantes entre os levantamentos que valham ser replicados ou até evitados.
Na área de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) da A&M, levávamos dias para consolidar uma pesquisa sobre benefícios, iniciativas e programas, por exemplo. Tendo um bom briefing, com coordenadas claras e informações o mais precisas possível, o ChatGPT nos entrega em minutos o necessário para seguirmos com uma análise adequada, resgatando, inclusive, registros históricos se assim quisermos.
As ferramentas são uma mão na roda, no entanto, não são – e talvez nunca sejam – capazes de entregar a resposta pronta, definitiva, verdades absolutas. Por mais que o data driven e a inteligência artificial somem imensuravelmente ao trabalho, a etapa analítica, humana, é essencial. Nada substitui o olhar crítico e cauteloso, as experiências pessoais e o conhecimento técnico, afinal, somos Recursos Humanos.
O filtro, a discussão e o brain storm seguem indispensáveis, apenas munidos de informações e ferramentas mais precisas para se basear e otimizar os processos. Importante atentar ainda que estamos lidando com dados, ou seja, atuar com segurança da informação é imprescindível para um tráfego bem feito. O conteúdo que vai para a ferramenta de IA deve respeitar as regras de governança da empresa e a lei de proteção de dados – LGPD, respeitando o crédito das fontes, dados pessoais e sigilosos. Aqui, por exemplo, ao fazer uma pesquisa qualitativa, colocamos apenas as menções que nos interessam, sem identificar empresas e pessoas, com atenção aos preceitos éticos.
Como gestora de recursos humanos e backoffice, incentivo minha equipe a usar toda e qualquer ferramenta legítima para obter bons dados, o que inclui cursos, oficinas, workshops e troca de experiências com outros profissionais para otimizar o uso da inteligência artificial. É um caminho sem volta que, se bem aproveitado e utilizado com responsabilidade, entrega nada menos que tempo, produtividade e eficiência.
Fonte: Mundo RH