Mudanças pós-pandemia: Como líderes podem aprimorar a comunicação e impulsionar o sucesso no novo cenário corporativo
Luana Lourençon, colunista do Mundo RH, se destaca no universo corporativo como especialista em comunicação e master coach de carreira. Além disso, foi reconhecida como LinkedIn Top Voice e é integrante do seleto grupo de LinkedIn Creator.
Acredito que não seja uma novidade para quem é do mercado de trabalho e, especialmente, para os líderes: o mundo corporativo mudou. Depois da pandemia, ele começou a ficar mais flexível com os formatos híbrido e home office ocupando espaços no mercado de trabalho.
🗣️Essa mudança propiciou grandes desafios aos gestores, principalmente, no que diz respeito à comunicação. Como líderes, eles, mais do que nunca, precisam investir em desenvolver a comunicação assertiva. Por quê?
Porque os líderes têm o papel de influenciar, de ter uma boa persuasão, interagir, ouvir melhor os colaboradores, reconhecer e valorizar o melhor de cada pessoa e fazer com que cada uma delas dê o melhor de si para agregar e contribuir com o time.
Quando isso não acontece, algo de errado está dando muito certo!
Você, que é líder, já pensou em quais são esses equívocos?
Nesse artigo, listo 5 erros que precisam ser eliminados para que você se comunique melhor e, com isso, alcance seus objetivos e o sucesso tanto com sua equipe, quanto na sua vida profissional e pessoal.
Vamos lá?
Os 5 erros que você deve eliminar para alcançar seus objetivos
🔸1) Não saber ouvir:
Nesse mundo tão acelerado, em que precisamos agir “para ontem”, o saber escutar vai além de ser uma ação importante: é uma arte. Quando a pessoa para pra ouvir o que o outro tem a dizer, ela consegue enxergar e entender a percepção de quem está falando. É nesse momento, também, que o ouvinte torna-se capaz de enxergar três perspectivas: a própria, a do outro e a das circunstâncias que resultaram em uma problemática.
Lembro do caso de um mentorado que passou por uma demissão. Ela ocorreu depois de o profissional ser sabotado por seu líder e, ao mesmo tempo, por não saber se comunicar de uma forma assertiva. E, durante nosso processo de mentoria – que teve como um dos principais objetivos fortalecer a sua autoestima e autoconfiança (mesmo que ele não soubesse disso desde o início) – trabalhamos como ele poderia perceber essa liderança tóxica com uma outra perspectiva:
a do outro: como era a história desse líder? Quais seriam os comportamentos do próprio mentorado que faziam com que esse gestor tivesse dificuldades em lidar com seu liderado ?
a das circunstâncias: o gestor em questão assumiu a liderança depois de ter sido transferido de unidade e, possivelmente, estava com receio de fazer parte de um ambiente novo em que meu mentorado conhecia a cultura e as pessoas.
Essa percepção ajudou o profissional demitido a, individualmente, se reestruturar e, dessa maneira, refazer sua história dali para frente. O resultado foi o melhor possível: meu mentorado cresceu em outra empresa e, cada vez mais, se consolida na carreira.
Esse é um exemplo comprobatório de que a “escutatória” – ou a escuta ativa – proporciona um olhar mais abrangente de um problema. Essa percepção vai fazer com que você atinja seus objetivos profissionais, assim como aconteceu com meu mentorado.
Mas, especialmente para os líderes e gestores: perceba como seu liderado está, observe o que não está sendo verbalizado e quais são os ruídos que possam prejudicar a comunicação e o acesso entre vocês e suas equipes. Saibam escutar o outro!
🔸2) Achar que comunicação assertiva é sobre articulação:
É verdade, sim, que um dos pilares para se comunicar melhor é a articulação. Mas não é apenas sobre isso. O que os líderes precisam entender é que a comunicação assertiva é uma filosofia de vida que requer, principalmente, o entendimento sobre qual a melhor forma de lidar com as pessoas à sua volta. Esse processo começa sempre de dentro para fora.
Quando o líder investe em autoconhecimento, fica mais fácil perceber, identificar o perfil do outro, saber falar a língua dele e se conectar com ele. Sabe por quê? Porque a comunicação é sobre o outro, e não apenas sobre como você, líder, se articula bem. Entende?
Sim, a articulação, o saber influenciar e inspirar sua equipe vai ajudar você a ter uma comunicação assertiva. Mas, para isso, é preciso que se tenha uma base sólida construída pelo autoconhecimento e pela autoconfiança. Eles vão fazer com que você, líder, saiba exatamente quais são seus pontos fortes e os que precisam ser desenvolvidos para que, dessa maneira, você saiba articular melhor e, portanto, entenda como lidar com o outro.
Percebe como é um erro achar que se comunicar de forma assertiva é só sobre articulação? Comunicação assertiva é um “combo” de competências que precisam ser desenvolvidas, repito, de dentro para fora. Então, minha dica é: invista em autoconhecimento para não errar e garantir seu sucesso, não só como gestor, mas como pessoa também.
🔸3) Ouvir seu crítico interno excessivamente:
O pesquisador Shirzad Chamine, mundialmente reconhecido por trabalhar a inteligência positiva, afirmou que apenas 20% das pessoas atingem seu próprio potencial. E que a razão disso é que essas pessoas escutam, por muito tempo, o modo crítico dos seus cérebros.
Nosso cérebro primitivo foi feito para duas ações: correr ou lutar. Ou seja, ele foi programado para repetir padrões, sem que haja a possibilidade de reflexão se aquela atitude é, de fato, interessante ou não.
E a inteligência positiva, que o pesquisador em questão estuda, convida-nos a perceber quais são esses padrões e os ciclos viciosos que estão proporcionando essas repetições. Esse é o padrão automático:
Pensamento ➡️ sentimento ➡️ comportamento ➡️ resultado
Na prática: você, líder, percebe que precisa se comunicar melhor, mas pensa ser difícil porque teve uma educação rude e, portanto, desenvolveu uma comunicação agressiva ao longo da vida. Esse é o pensamento. O sentimento que pode gerar a partir disso pode ser uma certa impaciência com o outro porque você já sabe que não vai adiantar tentar se comunicar melhor. O comportamento: você vai ser agressivo na forma de se comunicar. E o resultado é a relação que você está construindo com as outras pessoas a sua volta.
Entretanto, quando se cria autopercepção e sai do “modo turbo”, acelerado, para observar seu comportamento, você começa a ter pensamentos mais interessantes e a enxergar que, sim, é importante mudar esse modelo. Ou seja, você começa a exercitar seu cérebro a alterar os padrões (neuroplasticidade).
Quando isso acontece, automaticamente essa mudança na forma de pensar vai gerar um sentimento mais positivo, de autoconfiança, que se transforma em um comportamento mais assertivo e que, por consequência, resulta em construção de relacionamentos melhores.
Portanto, ouvir o crítico interno de forma excessiva, quer dizer, estar focado em pensamentos automáticos que derrubam seu potencial é um grande erro que vai impossibilitar que você se comunique de forma assertiva, além de impedir que alcance os resultados que desejava ter enquanto líder.
🔸4) Não ter um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI):
Você já parou para pensar que duas das principais razões da frustração dos profissionais são as faltas de autoconhecimento e de planejamento?
Não saber o que você quer ser e fazer, não ter clareza e não planejar sua trajetória é deixar a vida levar e não entender como e onde você chegou.
Quando você deixa de desenvolver um bom Plano de Desenvolvimento Individual, sua carreira pode ficar prejudicada, já que você não estará no controle da gestão dela, a carreira.
Mas como se faz um PDI?
Já falamos que a base de tudo é o autoconhecimento. Portanto, podemos dizer que o primeiro ponto para o desenvolvimento do Plano é se autoconhecer. A partir do momento em que há o autoconhecimento, você tem clareza dos seus objetivos.
O segundo: entender e reconhecer quais são seus pontos fortes e os que precisam de melhorias para você se desenvolver na posição profissional que se encontra ou deseja chegar. Fazer, então, um Plano de Desenvolvimento ajuda a colocar em prática todos esses pontos e crescer na carreira.
Certa vez, uma profissional me procurou para ser minha mentorada porque ela buscava um crescimento dentro da empresa. Mas o feedback de seus líderes não era positivo: ela não se comunicava bem. Começamos, portanto, todo trabalho para ajudá-la a alcançar seus objetivos. O primeiro passo foi desenvolver seu PDI.
Com o PDI, minha mentorada começou a perceber os perfis dela e de sua gestora, em um movimento importante de empatia: a profissional começou a se comunicar da forma como sua líder gostava e valorizava; além de entender quais são as dificuldades, as dores, as pressões que sua gestora tinha e sofria.
Sabe o aconteceu? A mentorada, naturalmente, foi se adaptando à nova forma de comunicação: mais assertiva.
Um outro ponto que está presente no PDI dessa profissional em questão é conversar com pessoas ao seu redor: promover reuniões um a um; aproximar-se de quem responde direta ou indiretamente a ela. Desafiador, não é?
Mas, com a ajuda do PDI, ela começou a praticar pontos, padrões estratégicos para melhorias no dia a dia, que acabaram virando um hábito. O resultado? A profissional alcançou seus objetivos: sua comunicação ficou mais assertiva.
Deu para perceber que não desenvolver um PDI é um erro? Quem não sabe o que procura, não compreende o que encontra. Então, faça um bom Plano de Desenvolvimento Individual para você crescer, alcançar o que deseja e, ao mesmo tempo, não abandonar a gestão da sua carreira.
Simples assim! (Se você quiser aprofundar mais neste assunto do PDI, te convido a acessar esta live Café com Carreira).
🔸5) Não procurar ajuda:
Não é um exagero: é muito importante pedir ajuda, auxílio, em aspectos emocionais, comportamentais e técnicos. Principalmente, em tempos de vida tão acelerada e competitiva. Para saber a quem recorrer, é relevante você investir no seu tempo, em networking e em relacionamentos positivos que agregam valores a você. E a comunicação vai facilitar esse processo
Não procurar ajuda é desistir de alcançar seu sucesso, como líder e como pessoa também.
Bora comunicar melhor?
Vamos juntos!
Fonte: Mundo RH