Previdência Privada: o que é e qual é o papel do RH

Previdência Privada: o que é e qual é o papel do RH

Você sabia que a previdência privada é um dos benefícios mais valorizados no mercado de trabalho? Oferecer esse tipo de vantagem é um importante diferencial competitivo na guerra por talentos e pode destacar a sua empresa da concorrência. 

Mas como funciona essa previdência? Neste artigo, vamos explicar melhor o benefício, quais são os tipos e planos, as vantagens de oferecê-lo e como ele ajuda a melhorar a saúde financeira e o rendimento dos colaboradores. Tem interesse no assunto? Então, confira a leitura. 

O que é previdência privada?

De maneira geral, a previdência privada é um tipo de aposentadoria alternativa que não está vinculada ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ainda, pode ser contratada por conta própria ou por empresas e é complementar à previdência oferecida pelo governo. 

Esse tipo de plano funciona como uma aplicação financeira, sendo oferecido por diferentes instituições e controlado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Afinal, o que é previdência privada corporativa?

Já a previdência privada corporativa ou empresarial é quando essa aplicação é oferecida pela empresa como um benefício para o colaborador. O benefício está no top 3 de preferência dos profissionais, junto ao plano de saúde e o incentivo a cursos, de acordo com um estudo realizado com 2508 pessoas pela fintech Onze.

Existem dois principais planos de previdência empresarial: Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) e Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL). Dessa forma, esse é um benefício flexível e o funcionário pode escolher o tipo de previdência que mais será útil para si. Vale citar, no entanto, que a escolha é permanente e não pode ser alterada no futuro. 

O VGBL consiste no investimento e acúmulo do montante e, no momento da retirada, tem desconto de imposto de renda somente sobre o rendimento. Já o PGBL está diretamente relacionado com a base de cálculo do Imposto de Renda, que recai sobre a soma de aportes e rendimentos do trabalhador. 

Plano Averbado e Plano Instituído

Além dos dois planos citados, existem duas formas de contribuição que a empresa pode oferecer aos colaboradores para garantir a eles uma aposentadoria mais confortável. 

O primeiro é o Plano Averbado, que não tem contribuição da empresa. Nesse modelo, o colaborador é o único contribuinte e tem acesso a opções de investimento mais amplas. As parcelas da previdência podem ser descontadas diretamente do salário mensal

Já o segundo modelo, mais adotado pelas empresas, é o Plano Instituído, que conta com um patrocínio da organização para alimentar o benefício do funcionário. Dessa forma, a empresa contribui com um percentual da contribuição do funcionário. 

Assim, 80% das empresas optam por contribuir com 100% sobre o valor de contribuição do colaborador. Dessa forma, se o funcionário contribui com 100 reais por mês no plano, a empresa paga mais 100. 

Regras de Match e Vesting

Existem algumas regras na previdência privada corporativa que precisam ser consideradas e variam de acordo com o orçamento disponibilizado pela empresa, as estratégias de carreira da companhia e a política de retenção de talentos

As regras de Match aplicam uma porcentagem de contribuição na previdência do funcionário, podendo variar conforme o orçamento disponível. Já nas regras de Vesting, a porcentagem de contribuição só é oferecida pela empresa quando o colaborador é desligado e encerra suas atividades na organização. 

Quais as vantagens de contratar a previdência privada corporativa?

Com o teto máximo de aposentadoria do INSS, a previdência privada é uma excelente ferramenta para que os profissionais consigam se aposentar com conforto no futuro. Mas além da vantagem para o trabalhador, o benefício também favorece as organizações. Confira as principais vantagens de oferecê-lo no seu negócio. 

Diferencial competitivo

Como vimos, a previdência privada corporativa é um dos benefícios mais valorizados no mercado. Contudo, apesar da grande aprovação, ainda é pouco oferecida e explorada pelas organizações, ficando restrita, normalmente, às empresas de grande porte. 

Dessa forma, oferecer o benefício é uma maneira de se destacar no mercado na atração de novos talentos, conseguindo conquistar o interesse dos profissionais mais qualificados. 

Aumento de produtividade

previdência privada funciona como uma segurança em relação ao futuro financeiro do profissional. Com isso, ele se sente mais tranquilo e consegue trabalhar com mais produtividade, engajamento e motivação, sem preocupações excessivas. 

Como o valor é descontado diretamente do salário mensal, o plano de previdência é visto como uma poupança forçada e uma aplicação lucrativa, principalmente quando a organização contribui com uma porcentagem. 

Retenção de talentos

Da mesma forma que o benefício é visto como um diferencial competitivo na atração, ele também é uma ferramenta importante na retenção de talentos. Afinal, o colaborador colocará na balança a importância da previdência oferecida, caso receba novas propostas de trabalho. 

Benefício fiscal

Oferecendo o plano de previdência empresarial aos colaboradores, a empresa pode deduzir o imposto de renda das contribuições que são feitas por ela no limite de 20% do valor total da folha de pagamento do funcionário. Dessa forma, é possível compensar o custo do benefício. 

Para isso, a empresa deve optar pelo regime de tributação do lucro real e classificar esses desembolsos como despesas operacionais. O benefício é válido na opção de planos PGBL.

Por que a previdência privada se mostra atrativa para os colaboradores e para a empresa? 

Um dos principais benefícios que a previdência privada corporativa traz para os colaboradores e a empresa é a possibilidade de melhorar a saúde financeira e trazer mais segurança. 

Esse tipo de reserva vem crescendo no Brasil a cada ano. Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), as contribuições entre janeiro e março de 2022 chegaram a cerca de 36,9 bilhões de reais. 

Os funcionários participantes do plano também têm benefícios fiscais. Caso optem pelo modelo completo da declaração do IR, é possível deduzir até 12% da renda bruta anual no cálculo do imposto. 

A forma de contribuição do plano de previdência empresarial pode se adequar à estratégia de cada empresa e é possível criar regras personalizadas para contribuições e recebimentos. Para a contratação do benefício é cobrada apenas uma taxa administrativa, ou seja, não há custos adicionais para oferecer o benefício aos colaboradores. 

Desse modo, a previdência privada é um diferencial importante, principalmente para pequenas e médias empresas, que precisam concorrer com grandes organizações na guerra por talentos. 

Utilizar esse tipo de benefício é vantajoso para ambos os lados e é uma forma de amparar o colaborador e trazer mais qualidade de vida, aumentando sua satisfação com o trabalho e com a empresa. 

Qual a relação entre previdência privada e saúde financeira?

Nos últimos anos, por conta da pandemia do coronavírus, a renda individual de trabalho do brasileiro sofreu uma queda de 20%, é o que aponta uma pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Essa mudança no padrão de vida trouxe instabilidade e insegurança para muitos profissionais, que se viram preocupados com sua saúde financeira e seus empregos. Nesse cenário, a previdência privada se mostrou um benefício extremamente atrativo para garantir conforto e segurança.

Já sabemos o quanto cuidar da saúde física e mental é importante para garantir profissionais produtivos e motivados. A questão é que a saúde financeira também precisa de atenção e impacta na produtividade e na performance do trabalhador. 

Quais são os impactos do estresse financeiro?

O estresse financeiro é caracterizado pela preocupação excessiva com o dinheiro ou a falta dele. Profissionais que estão inseguros com suas finanças não conseguem se concentrar e manter o foco como deveriam, isso afeta diretamente a sua produtividade. 

Além da falta de foco, o estresse financeiro também pode gerar mau humor, impaciência, insônia, falta de concentração e problemas de saúde mental, como ansiedade, estresse e depressão. 

Um RH que não está atento a esse tipo de problema pode tomar a decisão de desligar o profissional, sempre que ele mostra quedas de produtividade. Dessa forma, o número de demissões tende a aumentar, o que gera ainda mais despesas para as empresas. 

Como o RH participa da previdência privada?

setor de RH pode participar ativamente da previdência privada, identificando sinais de estresse financeiro, como quedas de desempenho, perda de ânimo e pedidos de adiantamento. 

Ao notar esse tipo de interferência, é possível sugerir à gestão a disponibilização do benefício para garantir mais qualidade de vida aos colaboradores e minimizar o estresse. 

Além disso, o RH deve se atentar ao mercado e à concorrência na atração de talentos, identificando se esse pode ser um benefício atrativo e competitivo que vai destacar a organização das demais. 

Concluindo, a previdência privada corporativa é um benefício oferecido pela empresa para auxiliar os colaboradores no complemento da aposentadoria. Esse tipo de benefício traz mais segurança financeira e qualidade de vida aos profissionais, garantindo um aumento de produtividade e desempenho. 

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Fonte: RH Portal